O trabalho "Instituições de Ensino Superior (IES) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): Agroecologia e Promoção da Saúde em Minas Gerais", coordenado pelo professor da Escola de Medicina da UFOP Pedro Henrique Barbosa de Abreu, foi premiado no 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, realizado entre os dias 28 de novembro e 3 de dezembro, em Brasília.
O trabalho foi reconhecido no Eixo 22 – Movimentos Sociais e Educação Popular em Saúde, que valoriza experiências construídas a partir do diálogo entre movimentos sociais, instituições de ensino, trabalhadores da saúde e comunidades, com foco em práticas emancipatórias, metodologias participativas e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Além do coordenador, o trabalho conta com a participação de docentes, discentes e pesquisadores vinculados à Universidade, entre eles a professora da Escola de Nutrição (Enut) Maria Cristina Passos; a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição (PPGSN) Amanda Leão Cardoso; os discentes Beatriz Nayara Moraes Faria e Lucas Araújo Santiago, do curso de Medicina, Gisele Ferreira de Castro e Pedro Luciano, do curso de Artes Cênicas, e Domênica Cristina de Jesus Moraes, do curso de Nutrição.
O trabalho premiado está vinculado ao projeto "Metodologia Camponês a Camponês como processo participativo e horizontal de transição agroecológica sustentável e promoção da saúde em assentamentos da Reforma Agrária no Estado de Minas Gerais", que utiliza a Metodologia Camponês a Camponês (CaC) como estratégia para a territorialização da agroecologia e a promoção da saúde. As atividades foram desenvolvidas entre outubro de 2024 e abril de 2025, em parceria com o MST-MG e com o apoio de dez instituições de ensino superior.
A experiência envolveu formações, encontros regionais e processos participativos realizados nas regionais Vale do Rio Doce, Zona da Mata e Sul, incluindo um seminário inter-regional, encontros de implementação inicial da metodologia e um momento coletivo de avaliação e planejamento dos próximos passos da transição agroecológica. Ao todo, mais de 160 integrantes do MST-MG participaram das ações, que incluíram formação de promotores e facilitadores, diagnósticos rurais participativos e implantação de tecnologias sociais.
A premiação reafirma o papel estratégico da pesquisa e da extensão nas universidades federais, especialmente quando desenvolvidas de forma articulada com movimentos sociais. Ao valorizar saberes populares e promover a construção coletiva do conhecimento, iniciativas como essa fortalecem práticas de promoção da saúde, segurança alimentar e desenvolvimento territorial sustentável.
SOBRE O CONGRESSO: Criado em 1986, é um dos mais importantes fóruns científicos da área da saúde coletiva do mundo. Carinhosamente conhecido como Abrascão, o evento acontece a cada três anos e reúne milhares de congressistas, entre pesquisadores, docentes, estudantes, profissionais de saúde e militantes de movimentos sociais e de entidades da sociedade civil.