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Avanços e demandas das políticas de promoção da igualdade de gênero na UFOP

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O Dia Internacional das Mulheres é uma data importante para a reflexão sobre a participação e o reconhecimento das contribuições das pessoas do gênero feminino para nossa sociedade, em especial, no nosso caso, para o desenvolvimento das atividades acadêmicas da Universidade Federal de Ouro Preto. A disparidade percebida na presença feminina na maioria das posições de trabalho, e que se agrava nos altos cargos, é um dos aspectos que evidencia a desigualdade de gênero no Brasil. Mesmo representando 51,1% do total da população do país, as mulheres ocupam apenas 37,4% dos cargos de gerência ou liderança, segundo pesquisa do IBGE, em 2021.
 
Os desafios a serem enfrentados referem-se a aspectos produzidos socialmente e que criam estigmas a respeito da capacidade das mulheres de ocuparem cargos de maior projeção e responsabilidade, relegando-as às categorias associadas à proteção e ao cuidado. "O impacto sobre as profissionais brasileiras é ainda maior quando ponderamos a interseccionalidade com a raça, a classe social, a orientação sexual etc", ressalta a reitora da UFOP, Cláudia Aparecida Marliére de Lima.
 
O levantamento feito sobre a situação das servidoras da UFOP ao longo da última década mostra um avanço e a necessidade de continuidade do envidamento de esforços para o equilíbrio de gênero em todas as áreas. De acordo com o Sistema de Gestão da UFOP, a proporção de mulheres no quadro de servidores da Universidade teve um aumento de 15%, saindo de 578, em 2012, para 665, em 2022, o que representa atualmente 42% do total de profissionais da Instituição. O avanço é superior ao crescimento geral de servidores, que foi de 8%, no mesmo período, mesmo com a ampliação maciça das atividades acadêmicas, com os novos cursos de graduação e pós-graduação.
 
Na avaliação da pró-reitora adjunta de Gestão de Pessoas, Isabela Perucci Esteves Fagundes, a redução no número de Técnicos Administrativos em Educação "prejudica demais o funcionamento da UFOP, já que os TAEs trabalham diretamente com atribuições fim da UFOP (ensino, pesquisa, extensão e internacionalização) e diretamente com todas as atribuições meio da Instituição (planejamento, gestão de pessoas, orçamento, infraestrutura, comunicação, TI etc). A sobrecarga para os TAEs na UFOP hoje é proporcionalmente bem maior."
 
Quando é feito o recorte na categoria dos TAEs, houve uma redução de 13% no total de posições ocupadas na Universidade devido às políticas que impactaram na realização de novos concursos. Neste cenário, o número de servidoras TAEs caiu apenas 2%, de 309 para 302 técnicas. O recorte étnico, dentro desse segmento, mostra que o número de mulheres negras teve uma evolução de 78 para 101 pessoas, 33% a mais. Dentre elas, 13 possuem o título de doutorado, enquanto nenhuma delas tinha essa formação em 2012.
 
Na categoria da docência, o aumento de mulheres configurou um progresso de 35%, passando de 269, em 2012, para 363 atualmente, correspondendo, neste momento, a 40% do quadro. Quanto às professoras negras, o progresso é de 147%, sendo que, em 2012, a UFOP tinha 30 educadoras autodeclaradas como pretas ou pardas e, no levantamento vigente, possui 74. Dentre elas, quase a totalidade possui titulação de doutorado (89%): são 66 profissionais, frente às 13 do passado. "Os números parecem indicar que, entre outros fatores, as políticas de inclusão de gênero e raça, nos âmbitos federal e local, vêm dando resultado. São políticas de cotas, sobretudo raciais, em graduação, pós-graduação e serviço público", avalia Isabela.
 
Almejando novas perspectivas, a reitora Cláudia Marliére considera que "temos bons indícios para acreditar que as medidas de incentivo ao desenvolvimento na carreira, em plano geral e local — jornada especial para TAE estudante, auxílio à qualificação, cotas para TAEs na graduação e pós-graduação, entre outras — estão produzindo bons efeitos, mesmo que ainda longe do ideal".
 
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