UFOP recebe 10ª edição do Latino Graff, que cria arte no Centro de Vivência do RU

O Coletivo Latino Graff, festival internacional de arte urbana, chegou ao Brasil em 11 de setembro, promovendo grafites e oficinas em Itaperuna (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e em Ouro Preto. A edição de Ouro Preto aconteceu entre 24 e 27 de setembro, a partir de uma parceria entre a Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), a Prefeitura de Ouro Preto e a UFOP. O evento contou com a participação dos artistas franceses Takir e Licea, além do colombiano Daniel Virgüez, curador do festival e coordenador do projeto. 

Para o assessor técnico de Promoção e Extensão Cultural da Faop, César Teixeira de Carvalho, trazer essa ação a Ouro Preto representa um passo importante para a arte urbana local, sobretudo por se tratar de uma cidade tombada pelo patrimônio: "É preciso refletir o que as artes de rua representam diante do tombamento e das questões legais que envolvem esse patrimônio. O que pode ser feito nesse espaço? E qual a melhor estratégia para adequar essa linguagem contemporânea à tradição que caracteriza Ouro Preto?" Ele também destacou as possibilidades que o município oferece ao coletivo. "Um diferencial que uma cidade pequena tem em relação a uma cidade grande é a facilidade da gente construir uma rede de parceiros. O Latino Graff em Ouro Preto está justamente podendo ser realizado devido à rede de parcerias", avaliou.

 

ARTE NO CAMPUS - O Latino Graff coloriu as paredes do Centro de Vivência do Restaurante Universitário do Campus Morro do Cruzeiro com a temática "A Floresta Renasce", que propôs um diálogo artístico que reflete a importância de proteger os ecossistemas e permite aos participantes trocar conhecimentos e técnicas. O evento buscou destacar a capacidade da floresta de se regenerar se for deixada em paz, sendo um apelo à conservação e ao respeito pela natureza. 

 

Segundo o coordenador do Latino Graff, Daniel Virgüez, o processo de criação das artes nasceu do contato com a natureza propiciando por uma viagem pelo Brasil. "Nada é mais inspirador que a relação profunda que existe com a natureza no Brasil, suas formas e sua paleta de cores únicas. Essa vivência guiou tanto as ideias quanto as cores que trouxemos para os murais", explicou. Os artistas buscaram imagens que refletem a importância da floresta. "Mesmo quando a humanidade a abandona ou a explora de maneira desmedida, a floresta sempre encontra uma maneira de renascer, mesmo a partir de suas cinzas. É uma mensagem de força, regeneração e esperança", apontou o coordenador do evento.

 

O ex-aluno do curso de Jornalismo da UFOP e artista urbano de Mariana, Bruno Miné, também participou do evento com seu próprio mural. "É sempre um prazer voltar à Universidade para pintar. No mês passado estive presente no Festival de Inverno, onde fiz uma pintura nas Moitas [Conjunto I da moradia estudantil de Mariana] e agora está rolando aqui no Morro do Cruzeiro". Segundo o artista, "a UFOP sempre esteve de portas abertas pra mim e foi essencial na minha vida e minha carreira artística". Ele destacou ainda a convivência com os demais participantes: "Estar em contato com os outros artistas é um intercâmbio muito bacana. Acontece uma troca muito massa quando a gente tem essa possibilidade", completou. 

 

A moradora de Ouro Preto, Sueli Araújo, que costuma passar pelo local, observou as obras com curiosidade, procurando entender o significado de cada uma delas. "Eles estão retratando o meio ambiente, porque sem o meio ambiente não temos vida. Atualmente, as pessoas estão menosprezando a natureza, só pensando no ter e não no ser. Isso que eu achei. E com certeza, vai chamar atenção de todos".

 

O evento na UFOP contou com o apoio da Diretoria de Comunicação Institucional (DCI), da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), por meio da Coordenadoria de Cultura (CCULT), da Prefeitura do Campus Universitário (Precam) e da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace).