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Pontos de Encontro: roda de conversa sobre Alceu Amoroso Lima reúne familiares e amigos do escritor

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O Instituto de Filosofia, Artes e Cultura (IFAC) da UFOP deu o primeiro passo do projeto “Pontos de Encontro” e recebeu pessoas envolvidas diretamente com a vida e memória do crítico literário, filósofo social, escritor e professor brasileiro Alceu Amoroso Lima (1893-1983), o Tristão de Ataíde.

Estiveram presentes na mesa o filho do crítico, Alceu Amoroso Filho, com sua esposa, Elisa Lima, e filho, Carlos Eduardo (Xikito), o professor da UFMG Leandro Garcia e o ex-diretor do Grêmio Literário Tristão de Ataíde e contemporâneo de Alceu Amoroso, Ronaldo Toffolo. 

O evento, que busca integração e troca de conhecimento entre os cursos e áreas do conhecimento do IFAC (Música, Artes Cênicas e Filosofia), com outras áreas do conhecimento acadêmico dentro e fora da UFOP e com a comunidade, trouxe a história de Alceu Amoroso na forma de depoimentos dos participantes.

Alceu Filho contou como era o pai no dia a dia, como ele levava a vida com bom humor e gostava sempre de ter com quem conversar. “Ele não gostava de receber visitas, mas quando recebia elas não iam embora”, relatou, ao comentar que assunto nunca lhe faltava. 

O livro “Memórias de Vida Eterna”, escrito por Amoroso Lima, foi entregue pelo filho ao IFAC, após serem lidos alguns trechos do prefácio, sob aplausos do público emocionado. 

Elisa, esposa do filho de Alceu, comentou suas vindas a Ouro Preto junto com o sogro. Ela vinha sempre com o marido e os cinco filhos, que segundo ela, era sua "tropinha". “Tinham muitas palestras na Casa dos Contos e na Casa da Ópera”. Elisa contou que sempre teve medo de conversar com o “doutor Alceu”, mas disse que o jeito dele de lidar com os jovens a deixava admirada. “Me encantava o jeito como ele conversava com a juventude de Ouro Preto. Eram muitos alunos do Arquidiocesano e da UFOP que se juntavam a ele. Tinha café da manhã, almoço, jantar, sempre lotados de jovens”, comentou.

 

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Gabriel Campbell
Participantes da mesa relatam sobre a vida de Alceu Amoroso Lima

CARTAS DE ALCEU - Todos os integrantes da mesa contaram ter recebido, em algum momento, cartas — e mencionaram a péssima caligrafia — de Alceu Amoroso. Há um total de mais de 36 mil correspondências recebidas por ele, vindas de remetentes de grande importância do cenário cultural do país, entre eles Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade.

O responsável por transcrever, compilar e publicar, através de livros, boa parte dessas cartas é o professor e especialista na obra de Tristão de Ataíde, Leandro Garcia. “Já pesquiso desde o meu doutorado sobre as cartas escritas por Alceu. Apesar de sua letra difícil, em torno de 5 mil delas já consegui ler e transcrever. Ele respondia todas as cartas que recebia”. Suas cartas, de cunho filosófico e existencial, eram sempre extensas. “Algumas delas tinham mais de 15 páginas”, contou.

GLTA - Alceu Amoroso Lima adotou o pseudônimo de Tristão de Ataíde quando começou a carreira de crítico literário em “O Jornal”. Na época, a profissão era considerada subversiva e seu pai sugeriu que ele assinasse com outro nome, que hoje é o nome do Grêmio Literário da cidade de Ouro Preto. 

A História do Grêmio Literário Tristão de Ataíde (GLTA) começou na década de 1930, quando o então professor de Português do Colégio Arquidiocesano, Padre João Pedro Mendes, teve a ideia de criar um laboratório para estudar e praticar o português. Ronaldo Toffolo, aluno do padre na época, participava das rodas de conversa promovidas por Alceu no colégio e na cidade. “A ideia era que o Grêmio fosse de literatura, música e teatro”, contou. Em 1938, Tristão de Ataíde foi nomeado patrono do local, que carrega seu nome até os dias de hoje.

O PROJETO - O projeto “Pontos de Encontro” tem como objetivo reunir-se três vezes ao ano buscando fazer com que o IFAC seja mais visitado e utilizado como espaço de trocas de conhecimento e experiência a todos.

A coordenadora do Pontos de Encontro, Virgínia Buarque, do Departamento de Música, conta que está satisfeita por ter inaugurado o projeto com uma roda de conversa que carrega grande significância para Ouro Preto e Minas Gerais. “Nós tivemos a grata satisfação de inaugurar esse projeto falando de alguém que teve uma forte presença no cenário cultural e histórico de Ouro Preto, por vezes desconhecida, que é o Alceu Amoroso Lima, grande intelectual brasileiro”. Segundo ela, os amigos e familiares presentes são essenciais para a compreensão de sua trajetória. “Temos aqui pessoas que tiveram um contato muito próximo com ele”, ressaltou. 

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