O mapeamento tem como objetivo cartografar projetos, grupos, coletivos e ações que atuam com questões de gênero e sexualidade na UFOP, oferecendo um panorama desses debates na Universidade. A ação identificou 24 iniciativas, das quais 12 responderam ao formulário aplicado. O levantamento foi feito em duas etapas: na primeira, o Ariadnes elencou os grupos, projetos, coletivos e ações; depois, convidou todos eles a responderem um questionário para conhecer o perfil de cada um.
Segundo a professora Karina Gomes Barbosa, coordenadora do projeto, o levantamento é resultado de um esforço contínuo de leitura crítica sobre a presença das temáticas na Universidade. "O Ariadnes tem, há algum tempo, tentado compreender e mapear a presença de gênero e sexualidade no ensino de jornalismo na UFOP. Para nós, a produção de dados ajuda a fortalecer as redes de ação dos projetos, perceber as forças e limites e demandar políticas da Universidade para o tema", afirma.
A coordenadora destaca ainda que o mapeamento responde a um contexto de urgência. "Gênero e sexualidade têm sido instrumentalizados no país para criação de narrativas falsas que legitimam violências e preconceitos. Daí, o espaço da universidade é um lugar para combatermos isso pela raíz", pontua.
Os resultados apontam que as ações são formadas majoritariamente por estudantes de graduação, presentes em todos os grupos, seguidos pelos docentes, que participam de 83,3% das iniciativas. Também foi identificada a participação de estudantes de mestrado e, em menor número, de técnicos administrativos.
Para Karina, os dados revelam também os desafios das iniciativas na UFOP. "A gente percebe que há ações em quase todas as áreas do conhecimento. Elas são pequenas, ainda em consolidação e com pouco financiamento. Também podem agregar mais integrantes da comunidade. Ou seja, há um espaço de crescimento grande, com apoio da Universidade".
De acordo com o Ariadnes, os resultados reforçam a urgência do fortalecimento dessas ações e da articulação entre projetos e setores da Universidade. O mapeamento também evidencia a importância da extensão universitária, uma vez que muitas iniciativas mantêm diálogo com escolas, serviços públicos, movimentos sociais e comunidades da região.
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publicação está disponível para consulta. A intenção é que ela sirva como base para o reconhecimento, a visibilidade e o fortalecimento das ações voltadas à promoção de uma universidade mais diversa, inclusiva e segura.