Estudante de Artes Cênicas idealiza exposição sobre povos originários na Casa de Cultura Negra

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Beatriz Tinôco

Pintura com semente de urucum

A exposição apresenta grafismos, pinturas, textos e fotografias produzidas durante as aulas de artes de Ana Cláudia com os alunos da escola de Cachoeira do Campo. Pela manhã, o grupo organizou a exposição e pintou o rosto com urucum, semente usada pelos indígenas para as pinturas corporais que mostram a resistência e persistência de sua cultura.

Os alunos foram acompanhados por Danilo Campos (indígena Borum Kren), que explicou os significados dos símbolos e a importância da valorização da cultura indígena. Segundo Danilo, é a primeira vez que alunos da região produzem e apresentam trabalhos sobre as raízes e significados da cultura indígena. Emanuelly Roberta Mendes, aluna do 9º ano, conta que ficou feliz em ver seus trabalhos na exposição, por ser "Um trabalho que nunca fizemos e que estamos mostrando para outras pessoas".

Segundo Ana Cláudia, promover a exposição teve muito significado, pois ressalta a importância dos povos originários. "Fizemos uma parceria com Danilo, a Escola e a Casa de Cultura para potencializar a memória, a cultura, a identidade e as raízes dos povos. Essa é a importância de dar voz aos povos invisibilizados em uma cidade que tanto foi explorada. Para nós, universitários, é de muito respeito, aprendizado e troca a realização dessa exposição", afirma.

CASA DE CULTURA NEGRA - Construída em 2008 em contraponto à bandeira de Ouro Preto, na qual havia frases racistas até 2005, quando foi queimada em praça pública, a instituição é mantida pela Prefeitura de Ouro Preto e recebe exposições e acervos afro-indígenas, além de ofertar oficinas de capoeira, dança e inglês para a comunidade. O espaço fica localizada na rua Padre Faria, 14, em Ouro Preto.