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Grupos de pesquisa da UFOP desenvolvem projetos com os atingidos

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Thiago Barcelos
Com: 
Agliene Melquíades

Às vésperas de completarem dois anos da maior tragédia ambiental do país, será realizado o evento “Seminário Balanço de 2 anos do Rompimento da Barragem de Fundão”. O Grupo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (GEPSA) da UFOP é um dos organizadores desta que é a terceira ação de balanço. As duas primeiras edições foram realizadas em Mariana e Ouro Preto, respectivamente. O seminário ocorre na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), nos dias 6, 7 e 8 de novembro.

O GEPSA tem como objetivo discutir o rompimento da barragem, a fim de potencializar ações, fazer contatos de ajuda e desenvolver projetos nas áreas do Direito e da Arquitetura. De acordo a professora do Departamento de Direito e coordenadora do GEPSA, Tatiana Ribeiro de Souza, "o Grupo surgiu do entendimento de que a universidade pública tem responsabilidade em acompanhar esse desastre/crime, principalmente a UFOP, pela proximidade com o epicentro dos acontecimentos”. 

Entre as ações desenvolvidas estão o acompanhamento do reassentamento de Gesteira, no distrito de Barra Longa, a produção de vídeos com narrativas dos atingidos (Narrativas Atingidas), a promoção de oficinas de assessoria jurídica e a produção de cartilhas sobre o tema, a serem distribuídas ao longo da Bacia do Rio Doce. “Trabalhamos com a centralidade e o protagonismo dos atingidos, a partir da escuta de suas demandas”, completa Tatiana.  

REDE UFOP MARIANA – RIO DOCE - Outra iniciativa desenvolvida no âmbito da Universidade é a Rede UFOP Mariana - Rio Doce. O projeto estuda as consequências do rompimento da Barragem de Fundão e tem como objetivo identificar, organizar e integrar estudos em andamento ou finalizados na Universidade, cujo escopo são as consequências do desastre ambiental. A partir das ações identificadas, são desenvolvidas estratégias voltadas à criação de novos projetos que contemplem os cenários ambiental, social e econômico das áreas atingidas pelo rompimento, a serem utilizados para além dos muros da Universidade. 

Após a identificação das ações de extensão, ensino e pesquisa, será criado um banco de dados com todo o material desenvolvido sobre o tema. Segundo a professora Vera Guarda, integrante do projeto, atualmente o banco contabiliza cerca de 30 trabalhos, entre projetos de extensão e de pesquisa, trabalhos de conclusão de curso e prestações de serviços. Ela observa que a Universidade tem conhecimentos que muitas vezes ficam limitados, presos dentro da instituição, e acredita que "as ações promovidas após o rompimento são uma maneira de extravasar o conhecimento”.  

A Rede conta com profissionais de diversos setores da UFOP, como o Departamento de Geologia (DEGEO), a Escola de Farmácia, a Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propp). Na próximo quarta (8), a Rede apresentará dados sobre sua trajetória e sobre os projetos já contabilizados. O evento ocorre às 9h, no auditório da Escola de Farmácia. 

RECICLOS - Coordenado pelo professor do Departamento de Engenharia Civil (DECIV), Ricardo Fiorotti, o grupo de pesquisa Reciclos busca transformar o rejeito da barragem em material para construção civil. Na pesquisa, descobriu-se que, utilizando os rejeitos de mineração, é possível substituir até 80%  do agregado miúdo natural (areia de rio) utilizado na produção de concretos e argamassas.Dessa forma, é possível reduzir os custos de produção dos materiais em até 30%.