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Pesquisa mostra a importância das políticas de permanência para alunos cotistas

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Divulgação

"Caminhos de estudantes participantes da política de ação afirmativa: oportunidades e desafios no ensino superior" é o título da dissertação defendida pela servidora da UFOP, Mariza Pena, na última segunda-feira (3), pelo programa de pós-graduação em Educação da UFOP. O estudo analisa o percurso acadêmico de alunos cotistas que ingressaram na UFOP em 2013. A pesquisa revelou que, embora eles entrem na Universidade com notas menores no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e enfrentem dificuldades, principalmente no início do curso, têm desempenho acadêmico igual ao dos alunos ingressantes por ampla concorrência. Além disso, não há diferença significativa entre os índices de reprovação de estudantes cotistas e da ampla concorrência e a proporção de evasão é estatisticamente igual, no geral e em 5 dos cursos da amostra. A única exceção é Serviço Social, onde a evasão de cotistas é estatisticamente menor. O estudo mostra também o importante papel dos programas de bolsas da Universidade para a permanência dos estudantes. 

Segundo Mariza, o que motivou a realização da pesquisa foi o interesse em saber o percurso dos alunos que entram na UFOP pelo programa de cotas. Outra justificativa é o fato de que, na época da implantação da Lei de Cotas, “muitas pessoas acreditavam que a presença deles [cotistas] poderia prejudicar a situação acadêmica dos outros alunos e levar para baixo o índice de desempenho da Universidade". 

A pesquisa deu ênfase aos ingressantes pela Política de Ação Afirmativa, destinada a pessoas que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas e que têm renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário mínimo per capita. Além disso, foram selecionados para a pesquisa estudantes de seis cursos (Medicina, Nutrição, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Direito e Serviço Social), de acordo o nível socioeconômico (NSE). "São nos cursos de maior NSE que os alunos têm mais dificuldades. Tanto para ingressar, por causa da concorrência e do nível dos cursos, quanto para permanecer", declara a pesquisadora. 

Outra percepção foi a de que muitos cotistas não haviam participado de mobilidade acadêmica, por temerem atrasar o curso e terem seus gastos financeiros aumentados. 

Mariza conclui na pesquisa que as políticas de ação afirmativa têm contribuído para que estudantes das camadas menos favorecidas ingressem na Universidade e que as políticas de permanência têm possibilitado a permanência desses estudantes até a conclusão do curso. "Porque não adianta ingressar, têm que permanecer", declara. A pesquisa complementa ainda que, embora esses alunos enfrentem dificuldades, eles têm contribuído para que a Instituição tenha mais diversidade. "Temos hoje uma diversidade cultural, econômica e de raça jamais vista no ensino superior, que antes era destinado às elites", completa. 

Lei 12.711 - A lei, de 29 de agosto de 2012, mais conhecida como Lei de Cotas, entrou em vigor na UFOP no 1º semestre de 2013, mas a instituição já reservava, desde 2008, 30% das vagas nos cursos de graduação para estudantes egressos de escolas públicas. A Lei de Cotas determina que 50% das vagas por curso sejam destinadas a pessoas que tenham concluído o Ensino Médio em escolas públicas, as quais devem ter renda bruta de até ou igual a 1,5 salário mínimo per capita, ou ser autodeclaradas negras, pardas ou indígenas. A partir deste ano, as pessoas com deficiência também serão incluídas.

As políticas de ações afirmativas são medidas que objetivam “combater discriminações étnicas, raciais, religiosas, de gênero ou de casta, aumentando a participação das minorias no processo político, no acesso a educação, saúde, emprego, bens materiais, nas redes de proteção social e/ou no reconhecimento cultural”, segundo o Grupo Multidisciplinares de Ação Afirmativa (Gemaa) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a primeira a adotar a lei. 

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