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O Festival de Inverno é um projeto de natureza artística e cultural por meio do qual a Universidade Federal de Ouro Preto investe na produção, realização e frequentação pública de bens culturais. Seu objetivo é estimular o debate e ampliar o alcance das reflexões sobre arte e cultura em seu potencial de transformação da sociedade. As ações acontecerão nos municípios de Ouro Preto e Mariana em julho de 2016, mobilizando artistas, produtores, professores, estudantes e outros profissionais vinculados aos eixos temáticos definidos neste edital para a realização de discussões teóricas, apresentações e intervenções nos contextos sociais locais.

As propostas de trabalhos em vários formatos, como apresentações, exposições, intervenções, exibições, oficinas e mesas de debate; são apreciadas pela equipe de curadoria. Entendendo o maior hibridismo da arte na contemporaneidade, a organização aceita propostas que contemplem mais de uma das áreas de atuação artística, de modo a ampliar a participação de artistas e pesquisadores no Festival.

A proposta do evento é fomentar o contato entre sociedade local e grupos representativos de um universo artístico-cultural mais amplo. A expectativa é repercutir localmente os temas, os debates, as abordagens, as pesquisas e as elaborações críticas contemporâneas, bem como fazer reverberar externamente concepções e vivências. O Festival de Inverno busca atuar em compasso com uma política extensionista de desenvolvimento social, vínculo que se revela na democratização de suas atividades e na inclusão de comunidades periféricas em seus processos de produção. Ruas, praças e prédios históricos, entre outros espaços são abraçados por artistas, grupos, instituições e inúmeros profissionais – inclusive estrangeiros – com trabalhos em diferentes linguagens.

Desde 2004 a UFOP envolve-se na organização deste evento, que possui uma história de mais de seis décadas. Com o apoio efetivo da Fundação Educativa Ouro Preto (FEOP) e das prefeituras municipais de Ouro Preto e de Mariana, vem a cada ano aproximando, ainda mais, as duas primeiras capitais do estado de Minas Gerais.

 

Eixos Temáticos

Compreendendo que arte e cultura constituem-se de contornos que se fundem e resultam novos traços, para 2016 o Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana – Fórum das Artes decidiu inovar sua estrutura organizacional estabelecendo novas diretrizes para suas ações. Neste novo formato as áreas de atuação serão reconformadas em eixos temáticos que objetivam privilegiar os aspectos conceituais de cada proposta.

Essa nova divisão se preocupa em explorar as intencionalidades e procedimentos das ações propostas, de modo a articular diferentes formas de expressão para as discussões elaboradas em cada eixo. Além disso reflete discussões sociais nas atividades voltadas ao reconhecimento das diversidades, à contribuição nas formações, à conservação da memória, à busca das novas práticas e ao permanente compromisso de inclusão.

  • Diversidades

A população brasileira e sua organização social efetivam-se de forma heterogênea diante da diversidade regional, de constituição e de interesses presente no território nacional. Com isso, a cada dia é demandado o reconhecimento dos direitos e formas de atuação de pessoas e grupos que se mostram sem identificação com modelos pré-estabelecidos. Essas questões são entendidas como as diversidades relacionadas ao gênero, à sexualidade, às raças e a outros nichos de descrição e condicionamento humanos. Portanto, como causa e consequência, tem-se na expressão desses desejos as manifestações culturais e artísticas.

  • Formações

Arte e Cultura estão presentes em uma série de atividades pedagógicas difundidas entre os diversos níveis de formação e campos do saber. Revelam-se também como meios educativos não formais, contribuindo para a progressão do conhecimento devido sua capacidade de provocação e ambientação de pessoas em situações cotidianas ou fictícias. A partir daí, compreende-se como formação as atividades articuladas com as escolas e outros espaços, pois além de ações que agreguem professores e gestores educacionais, intervém o viés pedagógico com a arte e a cultura.

  • Memórias

O reconhecimento e a valorização dos patrimônios culturais locais têm colaborado para transformar as relações sociais cotidianas ao contribuir para a relativização das práticas hegemônicas. Nesse contexto as tensões decorrentes da (re)significação de bens culturais e sua consequente monumentalização definem a importância desses bens para a coletividade. Diante de tal debate, a memória é compreendida como portadora de uma herança que dá sentido e forma a vida, sendo, portanto, viva e dinâmica, construtora dos códigos com os quais se aprende a viver e se relacionar no mundo que nos cerca.

  • Novas Práticas

O ser humano e seu modo de relacionar estão interligados às práticas artísticas e culturais. Na via inversa, o desenvolvimento tecnológico abrange essas manifestações e dá origem a outras formas de ser. Essas experimentações possibilitam novas linhas de atuação identificadas em outras áreas do conhecimento, sejam elas das ciências humanas, biológicas, agrárias ou exatas. Compreende-se, então, como inovação a articulação de práticas já existentes e a busca da renovação técnica que podem também reconfigurar e expandir o cenário artístico-cultural.

  • Inclusões

Definir caminhos causa uma consequente exclusão de outras possibilidades. É na busca de revisão do próprio direcionamento que é pensado o movimento de inclusão de pessoas que, de uma forma geral, encontram-se alheias a eventos e práticas relacionadas a arte e a cultura. Entende-se esse movimento como a ampliação das ações para localidades comumente excluídas, a busca da acessibilidade de pessoas com dificuldades físicas e/ou mentais, e outras formas de estender o alcance da arte e da cultura.